Quem nunca chegou a tal ponto que achou que enlouqueceria? Mas enlouquecer porque? Todo mundo tem um pouco de louco dentro de si.Muitas vezes escondemos ela dentro de armaduras que não permitem mostrar quem realmente somos, o que realmente pensamos. Antes que eu enlouqueça, mando um pouco da minha insanidade escondida dentro de minha armadura!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O dia em que eu for Xinanda!

Tantas vezes a gente se coloca no lugar de outras. Seja para tentar ajudar, ou seja simplesmente para fazer um exercício tolo de especulação sobre a vida alheia. Eu, que de tão diferente que acredito ser, sempre faço as mesmas coisas que todo mundo. E por isso que hoje estou pensando no dia em que eu for xinanda.
Nesse dia provavelmente irei me acordar antes do despertador, e fique a esfregando os olhos até a hora que o intrepto aparelho berre no silêncio matinal. Vou olhar para o lado, para o chão, e algo no meu quarto vai parecer faltar.
Vou ir trabalhar, na solidão, sentindo que alguém poderia me acompanhar até lá. Trabalharei a manhã inteira numa concentração oriental. Ao meio-dia, quando o estômago já rasga de fome, sairei correndo, olharei a porta da galeria e notarei que não há ninguém como cara de sono a me esperando pra almoçar. Irei almoçar mesmo assim, mas sentirei que ao meu lado está apenas um lugar vazio.
Voltarei ao trabalho com a mesma concentração nipônica de antes. Porém, no meio da tarde, receberei uma mensagem. Meu coração se encherá de ternura. Suspirarei.
Ao fim da tarde, novamente não haverá ninguém a espera. Então caminharei até a faculdade, onde estarei ao redor de várias pessoas. Alguns rostos lindos, alguns corpos perfeitos, mas ninguém com o jeito bobo que me despertaria o amor.Durante os trabalhos de aula, lembraria como tem alguém que saberia me ajudar a fazer um vídeo ou uma apresentação.
Chegaria em casa ao fim do dia com um esgotamento impar. Tomaria café ou faria uma janta rápida. Deitaria na minha cama, pegaria meu telefone e pensaria que esta situação não estava mais agradando. Mas ligaria mesmo assim.
Depois de longa conversa, que em algns momentos me tirariam do chão, desligaria. Viraria-me para o lado e dormiria um sono profundo e merecido de quem trabalhou um dia inteiro.
Acordaria em Caxias novamente, e voltaria a ser Marcelo. Pensaria também que a situação está no limite, mas teria certeza de que todo esforço e toda luta valeriam a pena. E perceberia que meu dia nem é assim tão diferente do dia de xinanda. Até acreditaria que nossas vidas são iguais. Mas não são. Porém, estão muito próximas de estarem juntas. E assim vou poder contar como é o dia de xinanda: cheio de xalassa. Falta bem pouco!