Quem nunca chegou a tal ponto que achou que enlouqueceria? Mas enlouquecer porque? Todo mundo tem um pouco de louco dentro de si.Muitas vezes escondemos ela dentro de armaduras que não permitem mostrar quem realmente somos, o que realmente pensamos. Antes que eu enlouqueça, mando um pouco da minha insanidade escondida dentro de minha armadura!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Não devo ser o único!








Eu nem sei direito quantas vezes já pensei em largar tudo para o ar e correr atrás daquilo que eu realmente queria. Estar onde estou hoje é uma prova disso. E saber que tudo que eu quero depende de onde estou hoje. Mas que eu pensei, isso eu pensei. Mas, eu não devo ser o único a pensar isso. Tem coisa que todo mundo pensa.

Não devo ser o único fã de Los Hermanos que se permite gostar de uma música do Charlie Brown. Não devo ser o único que chora de saudade. Não devo ser o único que fica horas no telefone falando de um amor que é para sempre. E nem o único que já ficou horas com o telefone desligado porque descobriu que não era o amor para sempre. Mas eu acredito no amor para sempre. Não devo ser o único.

Acho que todo mundo já quis um dia largar tudo. Mas todo mundo também já quis levar tudo junto. Queria que todo mundo tivesse aqui sentindo esse frio, que diferente dos outros anos parece tão mais convidativo. Tenho certeza que não sou o único que não gosta de frio. E não sou o único também que teve que quebrar a cara para aprender que não se pode abraçar o mundo com as pernas.

Eu quero ser único. E acho até que consigo ser. Acho que tenho um pensamento bem diferente de todo mundo. Mas na verdade acho que todo mundo pensa assim, e no final da história são todos um bando de bobos acreditando no amor. Não devo ser o único que tem esse discernimento. E mesmo assim, consigo me entregar tanto assim? Como eu sou bobo. E como eu sou feliz. Ah, mas eu não devo ser o único!

sábado, 17 de maio de 2008

Ele não é de nada









Muitas vezes eu ando com preguiça. Preguiça de tudo. Principalmente de fazer a barba, tema este que já comentei dezenas de vezes. Nesses dias, eu percebo que muitas pessoas chegam a ficar com medo de mim. Acho engraçado. Pareço ser alguma coisa que não sou. Mas também, quantas vezes se fala aquilo que se é de verdade e as pessoas acham que é mentira?
Não sabia que eu tinha cara de mal. Acho até que é por essa mania de sorrir pouco. Como diria o Paulo Ribeiro em uma das suas aulas em que mais ri do que fiz trabalho, "jornalista tem que ter cara de jogador de pôquer". Me dói dizer isso, mas acho que estou consigo muitas vezes ser isso que o Ribeiro disse. Isso chega a ser muitas vezes uma defesa. Em outras um ataque e um gol: CONTRA.
Acreditar nas coisas que eu digo não deve ser tão difícil assim. Até eu que sempre duvidei de mim estou conseguindo acreditar mais que sou capaz. E olha que para isso precisei de horas intermináveis na frente do espelho. Confesso, uma vez eu fiz 'muqui' pro espelho. Mas só pr'aqueles que aparecem do peito pra cima. Até eu fiquei com medo de mim. Não, não, não sou tão forte assim, fiquei com medo da cara. Mas acho que umas dez sessões de psicanálise resolvem.
Meu espírito hoje está tão de bem comigo. Acho que são os doces. Aliás, como diria a Xuxa em um daqueles discos do tempo que eu era criança "doce, doce, doce, a vida é um doce". E a minha vida está um bombom de morango. Daqueles que a gente come deitado de baixo das cobertas bem abraçadinho. E abraçadinho para o lado que eu durmo. Ainda não perdi as manias do Roberto Carlos. Mas já perdi muita coisa. Perdi os cabelos crespos. Perdi o cheiro a gente. Por obrigação? Não, porque eu quis. Porque afinal que é o macho aqui?Na hora que o bicho pega eu. Mas na hora que o amor fala mais alto eu ouço essa música e a Maria Rita diz: "Ele não é de nada". Sou sim. Sou de verdade. Acredita?


terça-feira, 13 de maio de 2008

Com a mãe!




Como já disse várias vezes, esse negócio de datas especiais nunca foi muito minha praia. Mas esse dias das mães teve algo de diferente para mim. Não sei bem o que. Mas foi. Acho até que eu sei sim. Foi tão solitário, que até para alguém que não dá bola para datas foi sofrido. Fiquei com a mãe das tristezas.


Naquele dia, não estava nem com a minha mãe, nem com a mãe da minha mãe. Não estava nem com a minha vó, que é quase minha mãe. Naquele dia não estava com a mãe do meu filho, nem com a mãe dos próximos, e nem com a mãe da mãe dos próximos. Naquele dia definitivamente, eu estava sozinho.


Não sei bem porque, mas até as pessoas que moram comigo resolveram me deixar sozinho. E não há nada mais triste que almoçar sozinho. Principalmente quando se sabe que todas as pessoas que tu ama estão comemorando. Passei uma semana sem cozinhar, e quando cozinhei, fiz uma comida quase sem graça. Sem graça mesmo é almoçar sozinho.


Não quero dizer com isso que estou triste. Muito menos que estou sozinho. Sei muito bem que todas pessoas que estão longe estão bem perto. Talvez mais perto do que as pessoas que estão perto. Mas naquele dia eu me senti sozinho. Acho que esse pouco de febre que sinto agora é um pouco do resultado do dia das mães. Ou é resultado da solidão? Não sei, mas passei a noite inteira procurando alguém para me encostar. E é só o amor que dá força para seguir. O amor pelas mães, pelos pais, pelos irmãos, pelas futuras mães, etc.. etc... etc....


sexta-feira, 9 de maio de 2008

Por que sinto tua falta?


E a coisa sempre volta para um começo. E o começo já é aquilo que a gente não quer mais. E o começo não se faz mais apenas como ponto de partida. O começo agora é apenas um estágio que não queremos mais. Pois afinal, dentro de nós o estágio já é muito maior. Maior que o tempo. Maior que a maioria do pensamento das pessoas. E ainda bem, maior que qualquer distância.
Pensando nisso,comecei a pensar: Mas então, porque sinto tanta tua falta? Não gosto de começar a escrever nada com perguntas, mas afinal é assim que a maioria das coisas começam. "Oi, tudo bem?", "Qual teu nome?", "Tu não lembra de mim?". E eu lembro. Na verdade não lembro, afinal, a gente só lembra daquilo que a gente esquece.
Lembrando disso, comecei a reclamar: Por que sentir tanto a tua falta? E não sei porque, mas às vezes na vida os momentos simplesmente valem o dobro do que realmente são. E os momentos felizes valem o triplo. "Na hora foi engraçado", "só quem tava lá entendeu", "só vivendo para saber". E eu vivo. E eu sei. E cada segundo junto vale o esforço de cada minuto longe.
Dizendo isso na verdade, eu só queria pedir desculpas se estou sendo repetitivo. Dizendo isso na verdade queria dizer que é verdade. E dizer que sei exatamente porque sinto falta. Falta do cheiro. Falta do beijo. Falta da companhia. Falta do olhar me condenando, me desejando, me apaixonando. Cada dia mais. Cada dia mais entregue a algo que cada dia mais tenho domínio. E cada dia ganha um toque mais racional. Na medida. Na medida que o amor aumenta.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O teu cheiro no meu cabelo


Ainda bem que a chuva passou. Já não aguentava mais me molhar. Sorte que não precisei ficar trancado em casa feito um caracol. Me molhei. Até tentei aprender a andar de guarda-chuva. Mas não adianta. Me molho mais do que qualquer coisa. Ainda bem que a chuva passou. Assim dá mais graça tomar banho de tarde. Quando tem o solzinho. E aí que veio teu cheiro.

Estava escolhendo alguma roupa para colocar quando vi teu moleton velho. Aquele que só se tem coragem de usar por baixo. E é onde ele está. Com teu cheiro. Com o cheiro do teu guarda roupa. E poder sentir o cheiro quando se está longe é algo que aperta o coração. E sentir o aperto no coração é sinal que se tem coração. Mais ou menos como diria minha vó quando eu tinha dor de cabeça. "É sinal que ainda tem". E eu ainda tenho coração.

Na hora do banho encontrei o shampoo e o condicionador que deixaste na minha casa. Usei. E fiquei com o teu cheiro no meu cabelo. E o cheiro me segue. E pelo menos assim é se tu estivesse atrás de mim. Por vezes espero que venha me fazer cócegas. Outras me viro pronto para te dar um beijo. E outras ainda fico pensando na brincadeira que vou fazer quando me tocar. Mas logo percebo que é só o teu cheiro no meu cabelo.

Só teu cheiro no meu cabelo é tudo que eu tenho agora. E até pentear o cabelo eu penteei. Só o que eu tenho na cabeça é tua imagem. Teu rosto. Teu jeito. E agora, teu cheiro. O cheiro de shampoo. O cheiro de saudade. O cheiro da nostalgia. O teu cheiro. O teu cheiro no meu cabelo. E o teu semblante que insiste em não sair da minha memória. Graças a Deus.