Quem nunca chegou a tal ponto que achou que enlouqueceria? Mas enlouquecer porque? Todo mundo tem um pouco de louco dentro de si.Muitas vezes escondemos ela dentro de armaduras que não permitem mostrar quem realmente somos, o que realmente pensamos. Antes que eu enlouqueça, mando um pouco da minha insanidade escondida dentro de minha armadura!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Rascunhos da ontem de noite


São 10:15 da noite do sábado. No meu quarto, uma bagunça resultante da tentativa de organizar. O barulho dos outros quartos atrapalha minha leitura. O barulho dos outros quartos também afasta um pouco o sono. A sensação de distância e saudade parece maior pelo fato de não me sentir em casa aqui. São 10:16 da noite de sábado. Mesmo com todo esse cenário amanhã é dia dos pais.

Confesso, não era assim que sonhava o meu primeiro dia dos pais do outro lado da história. A cama de casal se transformou na desconfortável cama de madeira do hotel. O som da TV ligada ao fundo é a única coisa que pode parecer com o sonho. Mesmo no meio de tantas pessoas, a única pessoa que realmente queria ver nesse dia não verei. A não ser pelas fotos do telefone. A não ser pelas fotos no computador.

Nunca fui tão ligado assim a datas comemorativas. Sempre passei o dia dos pais com meus pais e o das mães com minha mãe. Nunca pensei que meu primeiro dia dos pais do outro lado da história ia ser longe do meu pai e do meu filho. E são 10:22 da noite de sábado. O único pedido que fiz hoje foi que o próximo não seja assim. Nem o próximo dia e nem o próximo filho. Que eu consiga acompanhar ele crescer como não consigo acompanhá-lo agora. Espero que um dia me entenda por tudo que acontece atualmente Que um dia com minha família, a que criou e a que se formará, consiga passar esse domingo tão cheio de nostalgia e amizade juntos. Todos. Não desejo essa solidão para ninguém.

E são 10:25 da noite de sábado. A música que toca no lado me distrai por um instante, mesmo eu nem gostando. E tudo isso é o que consigo fazer. Pensar num jeito de como me distrair amanhã. como passarei esse dia. Não sei E talvez ninguém consiga me responder com antecedência. E agora, às 10:30 da noite da véspera do primeiro dia dos paos do outro lado da história, longe do meu pai, do meu vô-pai e do meu filho, eu vou tentar dormir, mesmo que a cabeça não descanse, mesmo que o sono demore um pouco, eu vou apagar a luz e pedir: Que ano que vem não seja assim, nem para mim, nem para meu pai e nem para o meu filho.

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