Esses dias consegui te ver. Depois de duas semanas. Pelo vidro. Pelo tubo. Eu vi. Como sempre o sentimento foi o mesmo. O sentimento que não sei explicar. Mas eu senti alguma coisa sim. Cresceu. O sentimento? Não sei. O tamanho mesmo. Está maior. Talvez quando eu volte não caiba na minha mão. Isso me dá medo.
Quando eu saí ainda era pequeno de mais. Quando eu saí cabia na minha mão. Quando eu voltar talvez não. Tenho medo de um dia quando sair você me conheça e quando eu voltar você nem lembre que eu exista. Tenho muito medo. As primeiras palavras. Não serão as mesmas que sonhei em alguma noite na beira da praia. Talvez aprenda a palavra, mas não aprenda o sentido verdadeiro dela. Cada vez mais me dá medo.
O que eu fiz pra que isso acontecesse? Nada. Também não fiz nada pra que isso não acontecesse. Confesso. Tudo que eu fiz foi por minha. Queria ter feito pela vida. Queria ter feito pelo amor. Queria incondicionar o amor. Queria aprender o que é o amor. Me condicionaram. Disseram o que eu tinha e o que não tinha que fazer. Fiz. Mas fechei tudo aquilo que com muito esforço abri. Pensei só em mim. Confesso. Só em mim.
Talvez um dia tudo isso mude. Eu entenda tudo. Talvez um dia tu não me entenda. Estou preparado pra isso admito. Até por que pensei só em mim. Estou pensando só em mim. Tentei pensar em nós. Não deixaram. Não tive opção. Espero que um dia me entendas. Espero que um dia eu entenda. Agora confesso que não sei. Parece que estou num vidro. Como aquele que te vi esses dias, como aquele que te vi da primeira vez, antes do primeiro contato. Pelo vidro, pela vida, por mim, fiz por mim.
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