Todos os dias eu sinto vontade de escrever algo. De uma simples bobagem num pedaço de papel a um elaborado texto que pode não dizer coisa nenhuma. Mas eu preciso escrever. Nunca me dei muito bem com os números. Talvez por isso minha conta no banco esteja sempre no vermelho. Aliás, já passou o vermelho faz tempo. Possivelmente por isso também que todas vezes que rodei foi em matemática. Não adianta. Nunca me dei bem com os números. Isso é lei? Não sei. Mas a vida segue cada dia me mostrando como é difícil entender os números. Contar? Até certo ponto eu sei. Depois me perco.
Entenda. Eu já perdi a conta das vezes que eu quero fazer uma coisa pra ajudar alguém e acabo eu saindo por mau na história. É ilógico. Desumana essa matemática. Exata? Duvido. Já nem tenho idéia do número de pessoas que passaram na minha vida. Que passaram tão rápido que nem uma equação conseguiria calcular a importância pelo tempo, ou dividir a alegria pela saudade. Não. Definitivamente não é nada exata a matemática. É cruel. Voraz.
Contar é difícil. Perdi a conta das pessoas que me criticaram, me xingaram, praticamente fizeram eu cometer loucuras por erros que cometi. Consigo contar nos dedos os amigos que disseram que não importava o que acontecesse que eles estariam comigo. Pela lógica. Os que me criticaram são mais. Lógica? Minha vida não tem lógica alguma, tudo é muito impulsivo, por isso que os amigos são mais, poucos, contados nos dedos, mas são muito maiores que qualquer critica. Eles sabem que a roda gira. Sabem que a boca de quem fala é a mesma que se cala quando ele erra.
Somos desacreditados a escrever na infância, disse uma professora numa aula. Eu fui desacreditado de contar. Perdi a conta de quantos meses vivi longe das pessoas que eu gostava. Perdi a razão do tempo quando triste, passei um domingo inteiro trancado dentro de casa dormindo, ou simplesmente assistindo televisão. Conta nenhuma vai me dizer o quando foi grande a saudade da minha casa enquanto eu buscava no mundo um sonho. Conta nenhuma. Professor de matemática metido a dono do mundo nenhum vai saber explicar o que é a solidão. Talvez eu não saiba. Mas eu não me escondo atrás de números.
Por isso que eu escrevo. É simples. Eu penso, eu escrevo. Escrevo porque nem sempre tenho alguém pra falar. E muitas vezes às pessoas que tenho pra falar eu não quero falar. É simples. Quando um não quer, dois não brigam. Conta lógica? Claro que não. Um sempre vai apanhar. Já apanhei muito. Já bati muito. Já escrevi muito. Não consigo nem contar as linhas. É simples. Por que eu escrevo? Por que não preciso saber a proporção da minha tristeza ou de minha alegria. Preciso sentir isso. E preciso contar pra alguém. Nem que seja pra um papel. Nem que seja num texto elaborado que pode pra você não querer dizer nada.
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