O que fazer num fim de semana quando não há o que fazer? Eu resolvi lavar tudo que vi pela frente. A pequena pilha de roupas suja que começava a se formar no meu quarto, os lençóis da minha cama, as roupas de inverno guardadas há algum tempo que terei de usar num futuro próximo. Tudo pra máquina. Tudo pro sabão. É estranho. Acho que não fiz nada o fim de semana inteiro. Não parei um segundo se quer.
Coloquei a roupa na água. Cada roupa com suas cores diferentes. As claras, as escuras e as brancas. Pra mim não tinha diferença nenhuma, mas sempre vi todo mundo fazendo isso, por que não faria eu? Realmente. Normalmente eu não faria isso. Mas quando não se domina a situação se segue os mais experientes. E lá fiquei. O fim de semana inteiro na frente da máquina branca, que lembra muito a que eu cresci só adicionando sujeira. Ali que eu comecei a perceber que estava crescendo.
O difícil não é lavar. o difícil é colocar o sabão em pó. O mesmo sabão em pó que minha vó sempre usou e usa até hoje. O difícil é sentir enquanto o pó cai sobre as roupas o cheiro do sabão que me acompanhou toda a vida e que agora passou do estágio de cheiro necessário para a fase de cheiro nostálgico. E ali fiquei sentindo aquele aroma. Liguei a máquina.
Enquanto separava mais algumas peças, ouvia de fundo o mesmo som da máquina que eu cresci. Na infância, aquele som era pano de fundo para qualquer coisa que eu fizesse em casa. Agora, eu, sozinho, com a companhia daquele som. Respirei fundo. Parece bobagem. Acredite. Pra mim naquela hora era apenas saudade. Pronto. Acabou a primeira lavada.
Tirei a roupa da máquina e as estendi no varal. O que é a falta de pratica. Esqueci de colocar as roupas dentro do balde. Demorei o dobro do tempo. Parecia que não teria fim aquele martírio. Consegui. Aprendi. Não mais cometi esse erro banal. Não sei porque minha vida é assim. Eu só consigo aprender com os erros. Os exemplos nem sempre me bastam. Normalmente preciso errar. Segui colocando a roupa.
Secou a primeira parte. A hora que fiquei mais triste. Fui passar as roupas. Em cima da minha cama mesmo. O ferro aquecia enquanto eu separava as roupas em cima de uma cadeira. A primeira camisa, mais uma lembrança. Aquele ambiente me lembrou tanto o meu vô que sempre ajuda minha vó passando a roupa. Quantas e quantas vezes eu cheguei correndo e pedia pra ele passar a roupa que eu queria sair. A correria agora não era necessária. Agora eu tinha tempo de sobra pra fazer aquilo. Pra ficar sentindo saudade. E eu senti.
O ferro quente na calça de brim fria foi o ápice. Juntou tudo. O cheiro do sabão, o calor do ferro, foi difícil. Tive que sair. Tive que caminhar. Tive que respirar. Agora não tinha mais fuga. Sozinho. Cresci. Não sei como. Ainda não me adaptei. Cresci e nem percebi. Sozinho. Mesmo com tanta gente ao meu redor eu estou sozinho. Cresci e isso pode ser assustador quando se percebe nas coisas corriqueiras do dia. Saudade faz crescer. Cresci.
Coloquei a roupa na água. Cada roupa com suas cores diferentes. As claras, as escuras e as brancas. Pra mim não tinha diferença nenhuma, mas sempre vi todo mundo fazendo isso, por que não faria eu? Realmente. Normalmente eu não faria isso. Mas quando não se domina a situação se segue os mais experientes. E lá fiquei. O fim de semana inteiro na frente da máquina branca, que lembra muito a que eu cresci só adicionando sujeira. Ali que eu comecei a perceber que estava crescendo.
O difícil não é lavar. o difícil é colocar o sabão em pó. O mesmo sabão em pó que minha vó sempre usou e usa até hoje. O difícil é sentir enquanto o pó cai sobre as roupas o cheiro do sabão que me acompanhou toda a vida e que agora passou do estágio de cheiro necessário para a fase de cheiro nostálgico. E ali fiquei sentindo aquele aroma. Liguei a máquina.
Enquanto separava mais algumas peças, ouvia de fundo o mesmo som da máquina que eu cresci. Na infância, aquele som era pano de fundo para qualquer coisa que eu fizesse em casa. Agora, eu, sozinho, com a companhia daquele som. Respirei fundo. Parece bobagem. Acredite. Pra mim naquela hora era apenas saudade. Pronto. Acabou a primeira lavada.
Tirei a roupa da máquina e as estendi no varal. O que é a falta de pratica. Esqueci de colocar as roupas dentro do balde. Demorei o dobro do tempo. Parecia que não teria fim aquele martírio. Consegui. Aprendi. Não mais cometi esse erro banal. Não sei porque minha vida é assim. Eu só consigo aprender com os erros. Os exemplos nem sempre me bastam. Normalmente preciso errar. Segui colocando a roupa.
Secou a primeira parte. A hora que fiquei mais triste. Fui passar as roupas. Em cima da minha cama mesmo. O ferro aquecia enquanto eu separava as roupas em cima de uma cadeira. A primeira camisa, mais uma lembrança. Aquele ambiente me lembrou tanto o meu vô que sempre ajuda minha vó passando a roupa. Quantas e quantas vezes eu cheguei correndo e pedia pra ele passar a roupa que eu queria sair. A correria agora não era necessária. Agora eu tinha tempo de sobra pra fazer aquilo. Pra ficar sentindo saudade. E eu senti.
O ferro quente na calça de brim fria foi o ápice. Juntou tudo. O cheiro do sabão, o calor do ferro, foi difícil. Tive que sair. Tive que caminhar. Tive que respirar. Agora não tinha mais fuga. Sozinho. Cresci. Não sei como. Ainda não me adaptei. Cresci e nem percebi. Sozinho. Mesmo com tanta gente ao meu redor eu estou sozinho. Cresci e isso pode ser assustador quando se percebe nas coisas corriqueiras do dia. Saudade faz crescer. Cresci.
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