A irracionalidade ser humano é algo intrigante. Nas horas difíceis é que a gente se distancia de quem mais nos deu apoio a vida toda. Medo, receio do que pensará, não sei, mas distancia muito. Eu fugi da casa de meu pai. Bah, tô longe mesmo. Fiz o que ele não queria. Tudo que ele me ensinou, em poucos segundos eu ignorei e agora estou aqui, com medo de voltar.
Sábado, estava lendo e pensando que a distância começava a me fazer mal. A correria da semana sempre era esquecida nos fim de semanas lá na casa do pai. Aquele era eu de verdade? Provavelmente não. Provavelmente lá eu era quem eu quisesse que ele fosse. Se fosse eu de verdade, eu só voltava e diria: "Errei". Agora eu já sei que o erro acabou sendo uma alegria, por caminhos tortuosos, mas uma alegria. Mas não consegui ir falar isso pro meu pai.
Tenho passado tanta coisa pela vida que até sei por que tenho medo. A independência subiu a cabeça. Mas eu sempre voltei com a cara-de-pau e com um jeito de quem fez bobagem mas ele nunca saberia. Santa ignorância. Isso um dia não ia dar certo. Não deu mesmo. Não só o pai descobriu, mas como todo mundo. Santa ignorância. E agora estou eu aqui, sentado, lendo o livro, pensando em como voltar pra casa.
Quer saber.. eu vou voltar agora. Voltei correndo para deixar tudo pronto. Entrei em casa. Acendi a luz do meu quarto. 'Mas ah corajoso véio, vai volta pra casa'. Tirei a roupa do guarda roupa, joguei em cima da cama. Não tinha solução, eu ia voltar. Comecei a arrumar tudo, deixar tudo pronto. Eu vou voltar para casa.
A arte de pensar é uma eterna arte de se colocar em duvida. A arte de decidir não. Me coloquei a pensar. E a duvida é a arma dos medrosos para não enfrentar seus obstáculos. Eu estava em duvida. E o medo é a certeza que não sabemos como nossas falhas serão compreendidas pelos outros. Eu estava com medo. Como será que meu pai ia me receber de volta? Ele me mandou para o mundo para crescer, eu reduzi. Como ele vai me receber?
Sentei na cama. A euforia reduziu. Comecei a pensar, comecei a desistir. Levantei. Respirei. "Decide". Apaguei a luz. E o simples fato de apagar a luz parecia que eu estava apagando um pedaço da minha vida. Como se eu tivesse renegando alguém. E não é isso que estou fazendo? Provavelmente. Possivelmente. Mas fiquei triste. Passei o resto do dia assim. Eu estava quase voltando.
Mas pelo menos serviu para alguma coisa. Fiquei pensando que lá na casa do pai tinha muita gente, sempre cheio, e que não era só eu que era assim. Que muitos faziam coisas achando que ele não ia saber. Mas ele é esperto. Afinal, é ele quem sustenta todo mundo. Quando eu era pequeno, aprendi que ele era brabo com quem errava. Agora eu sei que isso é desculpa de quem faz bobagem e não consegue esconder. O brabo é ter que aturar quem erra como tu te apontar o dedo. O pai não é brabo. Por sinal, ele deve estar triste. Eu sei disso. Mas eu volto, eu juro. E tu, que tá fazendo aí? Ele está vendo. Ainda da tempo. O que que tu tá fazendo aí?
Sábado, estava lendo e pensando que a distância começava a me fazer mal. A correria da semana sempre era esquecida nos fim de semanas lá na casa do pai. Aquele era eu de verdade? Provavelmente não. Provavelmente lá eu era quem eu quisesse que ele fosse. Se fosse eu de verdade, eu só voltava e diria: "Errei". Agora eu já sei que o erro acabou sendo uma alegria, por caminhos tortuosos, mas uma alegria. Mas não consegui ir falar isso pro meu pai.
Tenho passado tanta coisa pela vida que até sei por que tenho medo. A independência subiu a cabeça. Mas eu sempre voltei com a cara-de-pau e com um jeito de quem fez bobagem mas ele nunca saberia. Santa ignorância. Isso um dia não ia dar certo. Não deu mesmo. Não só o pai descobriu, mas como todo mundo. Santa ignorância. E agora estou eu aqui, sentado, lendo o livro, pensando em como voltar pra casa.
Quer saber.. eu vou voltar agora. Voltei correndo para deixar tudo pronto. Entrei em casa. Acendi a luz do meu quarto. 'Mas ah corajoso véio, vai volta pra casa'. Tirei a roupa do guarda roupa, joguei em cima da cama. Não tinha solução, eu ia voltar. Comecei a arrumar tudo, deixar tudo pronto. Eu vou voltar para casa.
A arte de pensar é uma eterna arte de se colocar em duvida. A arte de decidir não. Me coloquei a pensar. E a duvida é a arma dos medrosos para não enfrentar seus obstáculos. Eu estava em duvida. E o medo é a certeza que não sabemos como nossas falhas serão compreendidas pelos outros. Eu estava com medo. Como será que meu pai ia me receber de volta? Ele me mandou para o mundo para crescer, eu reduzi. Como ele vai me receber?
Sentei na cama. A euforia reduziu. Comecei a pensar, comecei a desistir. Levantei. Respirei. "Decide". Apaguei a luz. E o simples fato de apagar a luz parecia que eu estava apagando um pedaço da minha vida. Como se eu tivesse renegando alguém. E não é isso que estou fazendo? Provavelmente. Possivelmente. Mas fiquei triste. Passei o resto do dia assim. Eu estava quase voltando.
Mas pelo menos serviu para alguma coisa. Fiquei pensando que lá na casa do pai tinha muita gente, sempre cheio, e que não era só eu que era assim. Que muitos faziam coisas achando que ele não ia saber. Mas ele é esperto. Afinal, é ele quem sustenta todo mundo. Quando eu era pequeno, aprendi que ele era brabo com quem errava. Agora eu sei que isso é desculpa de quem faz bobagem e não consegue esconder. O brabo é ter que aturar quem erra como tu te apontar o dedo. O pai não é brabo. Por sinal, ele deve estar triste. Eu sei disso. Mas eu volto, eu juro. E tu, que tá fazendo aí? Ele está vendo. Ainda da tempo. O que que tu tá fazendo aí?
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